O PROTESTANTISMO E A DOUTRINA PENTECOSTAL
Temos
como alvo, neste artigo, estudar o parecer dos grandes representantes do
movimento evangélico e protestante mostrando assim, que se os tais vivessem
hoje, tendo em vista aquilo no qual acreditavam acerca do Espírito Santo,
seriam fatalmente chamados de pentecostais.
OS
PAIS DA IGREJA
"Os
escritores do século I do cristianismo, falam do enchimento ou da plenitude ou
ainda do batismo com o Espírito Santo, como experiência normal. Assim lemos em
Tertuliano, Teófilo de Antioquia, Clemente de Alexandria, Origenes, etc. O
livro DEEPER EXPERIENCES OF FAMOUS CHRISTIANS de Lawson, está cheio de
maravilhosas provas do que acima dissemos" (CRISTÃOS FAMOSOS DISSERAM ...,
folheto de poder N- 6, pág. 23 ) OBS: DEEPER EXPERIENCES OF FAMOUS CHRISTIANS :
Bethany Fellowship, 6820 auto club Road Minneapolis, 55431.
O
movimento montanista do século II, corresponde hoje em relação a doutrina do
Espírito Santo, ao pentecostalismo:
"Os
montanistas podem ser considerados os antepassados dos pentecostais " (BREVE
HISTÓRIA DOS BATISTAS, J. Reis Pereira, 3' edição, JUERP, pág.33) Tertuliano,
um dos mais famosos pais da Igreja, aderiu ao movimento montanista:
"O
que deu certa importância ao montanismo foi a posterior adesão de Tertuliano..."(BREVE
HISTÓRIA DOS BATISTAS, J. Reis Pereira, pág 33).
Quando
a igreja apóstata (Roma) declarou o movimento montanista como "herético
", Irineu também se colocou na defesa do montanismo:
"...
Roma temeu os excessos. E o montanismo foi declarado herético, e nem mesmo a
influência de IRINEU E TERTULIANO pôde suavizar a acusação" (ELES FALAM EM
OUTRAS LÍNGUAS, pág.116, John Sherrill)
Agostinho,
assim como IRINEU E TERTULIANO, é considerado "pai da Igreja". Santo
Agostinho escreveu:
"Nós
faremos o que os apóstolos fizeram, quando impuseram as mãos sobre os
samaritanos e invocaram o Espírito Santo sobre eles: esperamos que os
convertidos falem novas línguas"
Tertuliano
nos seus escritos, conta as manifestações de línguas do movimento montanista. Irineu
escreveu: "Temos em nossas igrejas Irmãos que possuem dons proféticos e,
pelo Espírito Santo, Falam em toda classe de línguas." João Crisóstomo,
também considerado "Pai da Igreja ", escreveu: "Qualquer pessoa
que fosse batizada nos dias apostólicos, imediatamente falava línguas"
OS
REFORMADORES PROTESTANTES
Sobre
Martinho Lutero, Diz Souer na HISTÓRIA DA IGREJA ALEMÃ: "O Dr. Martinho
Lutero, foi um profeta, evangelista, falador em línguas e intérprete, tudo em
uma só pessoa, dotado de todos os dons do Espírito."
Para
Calvino, o batismo no Espírito Santo era a recepção da graça visível (através
das línguas) e a introdução do cristão no mundo dos dons espirituais.
Vejamos
os escritos de Calvino:
"...
batismo no Espírito Santo, isto são as graças visíveis do Espírito Santo
concedidas pela imposição de mãos." Não é novidade indicar essas graças
pela palavra 'batismo'. Como no dia de pentecostes, é dito que os apóstolos
relembraram as palavras do Senhor sobre o batismo de fogo e do Espírito. E
Pedro menciona a mesma coisa quando viu essas graças derramadas sobre Cornélio,
a sua casa e seus parentes (Atos 11 : 16 )( Institutas IV, XV. 18)
'Não
é novidade o nome do batismo ser traduzido como dons do Espirito, como vimos no
primeiro e no décimo primeiro capítulos (Atos 1: 13; 11:16) onde Lucas disse
que Cristo prometeu aos apóstolos mandar o Espírito visível, e chamou isso de
batismo... quando o Espírito desceu sobre Cornélio, Pedro lembrou as palavras
do Senhor: Sereis batizados com o Espírito Santo." (COMENTÁRIO sobre Atos
19:5)
"Quão
ilustre era aquela igreja com respeito a uma abundância extraordinária e
variedade de dons espirituais... Vemos agora a nossa magreza, não a nossa
pobreza, mas nisto temos um justo castigo, enviado para retribuir a nossa
ingratidão. Pois nem as riquezas de Deus foram esgotadas, nem diminui a sua
benignidade, mas nós não merecemos a sua abundância, nem somos capazes de
receber a sua liberalidade." (COMENTÁRIO sobre I Cor. 14:32)
Sobre
as línguas se expressou Calvino nos seus comentários:
"Existem
durante esses dias grandes teólogos que lutam contra os dons espirituais com
zelo furioso. Por certo é porque entre nós o Espirito Santo tem honrado o falar
em outras línguas como expressão de louvor..."
OS
PIETISTAS
Após
a reforma, o cristianismo passou mais na frente por outra crise. As pessoas
passaram a ter um cristianismo intelectual, e se esqueceram de que era necessário
passar por uma experiência (novo nascimento) espiritual para ser salvo. Surgiu,
então, o movimento pietista que restabeleceu o lado experimental e espiritual
da reforma. Entre os pietistas, os principais foram: João Wesley, Carlos Wesley
e George Whitlfield. Esses três na mesma ocasião: "Mais ou menos às três
horas da manhã, perseverávamos em súplicas fervorosas, quando o poder de Deus
desceu sobre nós de modo que choramos com grande gozo e muitos caíram por
terra, atônitos. Todos começaram a dizer, como se fosse uma só voz: louvamos a
ti, ó Senhor..."
Sobre
as línguas, temos: "O ministério de Wesley, era envolvido não apenas com
praticas devocionais como também com inovações, como as reuniões das sociedades
e as pregações ao ar livre. Seu ministério também foi marcado por manifestações
ao ar livre. Seu ministério também foi marcado por 'manifestações de entusiasmo',
incluindo curas e línguas." (católicos pentecostais, Kevin e Dorothy
anaghan, pág 316)
OS AVIVALISTAS
Entre
os grandes avivalistas, nós podemos destacar dois: Finney e Moody.
Sobre
o batismo no Espírito Santo de Finney, temos:.
"Recebi
um grande batismo no Espírito Santo... não sei se deveria dizer, mas não pude
me conter e balbuciava palavras inexpressivas do meu coração..." (autobiografia
)
Sobre
a manifestação de línguas no ministério de Finney, diz James Gilchrist Lawson
era seu livro "Profundas Experiências de Cristãos Famosos:
"Em
algumas ocasiões o poder de Deus se manifestava em tal grau nas reuniões de
Finney, que quase todos os presentes caíam de joelhos em oração, ou melhor,
oravam com lamentos e queixumes inenarráveis pelo derramamento do Espírito de
Deus."
D.
L. Moody, assim relatou a sua experiência pentecostal :
"Meu
coração não sabia pedir aos outros ... clamei a Deus para que enchesse com o
seu Espírito e ... um dia, na cidade de New York,- Oh que dia! nem posso
descrevê-lo e raramente me refiro a ele; é uma coisa sagrada demais para ser
mencionada. Paulo teve uma experiência da qual nunca falou por catorze anos.
Apenas posso dizer que Deus se revelou a mim e senti tal expressão do seu amor
que tive de pedir-lhe que detivesse a sua mão."
O
Dr. C. I. Scofield, editor da Bíblia de referência Scofield disse, nos funerais
de Moody:
"...
ele era batizado com o Espírito Santo, e tinha consciência desse batismo. Era
para ele algo tão definido quanto a experiência da conversão" (A VIDA DE
D. L. Moody, por seu filho, pág. 561 )
Sobre
a manifestação de línguas, testemunhou o Ver. R. Boyd, batista e amigo íntimo
de Moody, no seu livro "Provas e Triunfos da Fé ", edição de 1875 :
"Quando
cheguei a Vitória Hall, Londres, encontrei a assembléia ardendo. Os jovens
estavam falando em línguas e profetizando. Qual seria a explicação de tão
estranho acontecimento? Somente que Moody os estava dirigindo naquela
tarde".
É
preciso buscarmos o batismo no Espírito Santo como uma experiência distinta da
conversão. Como disse C.H. SPURGEON:
"Pois
se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará
o Pai celestial o Espírito Santo àquele que lhe pedirem! (Lucas 11: 13 ) . Vede
que há uma promessa distinta para os filhos de Deus, se tão somente pedirem,
pois o Pai celestial está solícito para dar esse poder tanto quanto um pai
terreno deseja satisfazer aos seus filhos. E esta promessa é feita
excessivamente forte, pela urgência que tem, pois a expressão "Quanto mais
dará o Pai celestial" é enfática e mostra o grau de força que contém. O
Senhor Jesus torna, pela comparação de um pai comum, a alegoria mais
compreensiva. Deus o Pai nos dará o Espírito quando lhe pedirmos, porque se
empenhou em fazê-lo, mediante um penhor comum: pedir. Para isto usou uma símile
que desonraria o nome, se não o cumprisse. Colocaria as suas palavras em termos
grosseiros, se não desse realmente o seu Santo Espírito a quantos o pedissem
!" (Twelve Sermons on the Holy Spirit pág 50)
O MOVIMENTO
PENTECOSTAL DO SÉCULO XX
Os
primeiros sinais do movimento foram no Instituto Bíblia Betel em Kansas City,
onde a primeira pessoa a ser batizada no Espirito Santo foi Agnes Ozman em
1901. Vejamos o seu relato:
"Foi
quando suas mãos foram postas na minha cabeça que o Espírito Santo caiu sobre
mim e comecei a falar em línguas, glorificando a Deus... Fui a primeira a falar
em línguas na escola bíblica... Disse-lhes que deviam buscar, não as línguas,
mas sim o Espírito Santo."
O
pastor T. B. Barrat, o pai do pentecostalismo europeu, também testemunha:
"Pedi ao líder da reunião, pouco antes da meia-noite, que impusesse as
mãos sobre mim e orasse por mim. Imediatamente, o poder de Deus começou a
operar no meu corpo, bem como em meu espírito. Eu era como Daniel, incapacitado
sob o toque divino... e tive que apoiar-me na mesa da plataforma onde estava
sentado, e deslizei para o chão... No mesmíssimo momento, meu ser ficou cheio
de luz e de poder indescritível, e comecei a falar numa língua... tão altamente
quanto podia..."
O
pastor Batista John Osteen também conta a sua experiência: "Numa sala com
ar condicionado, com minhas mãos erguidas... e meu coração ansiando por Deus,
veio a lava quente e derretida do Seu amor. Entrou correndo como um rio do céu,
e eu fiquei levantado fora de mim mesmo. Falei durante cerca de duas horas numa
língua que não podia entender. Meu corpo transpirava como se eu tivesse num
banho de vapor: O BATISMO NO FOGO!"
O
Dr. W. E. Entzminger, compositor da grande parte dos hinos do Cantor Cristão,
explica:
"Mas
perguntarão alguns: 'Não temos nós recebido já o Espírito Santo, visto que
somos crentes? Sim, isso é verdade, pois sem o Espírito Santo em nós nunca
poderíamos ser cristãos, como diz o apóstolo: 'se alguém não tem o Espírito de
Cristo, esse tal não é dele; o Espírito Santo é o que nos regenera e que nos
liga a Cristo. Ao mesmo tempo é incontestável que na maior parte dos crentes a
presença do Espírito não se faz sentir, não se manifesta, neles não habita em
poder, porque nunca fizeram eles uma entrega de si mesmos ao Espírito..."
(O PODER DO ALTO, CASA PUBLICADORA BATISTA, 1947, TERCEIRA EDIÇÃO)
Spurgeon
diz:
"Se
tivéssemos o selo do Espírito Santo em nosso ministério, com o seu poder, os
nossos talentos pouco importariam. Os homens poderiam ser pobres e indoutos,
suas palavras poderiam ser difíceis ou desprovidas de gramática, se a força do
Espírito as acompanhasse, o mais humilde evangelista poderia ser mais eficiente
que os mais eruditos teólogos ou do que os pregadores mais eloquentes.
E
o poder extraordinário de Deus, e não o talento, que ganha o dia. É a unção
extraordinária do Espírito, e não a capacidade mental fora do comum o que
carecemos. O poder mental pode encher o edifício, porém o poder espiritual
enche a Igreja com o anseio da alma. O poder mental pode atrair congregações
enormes, porém, é o poder espiritual que salva. O que precisamos, é de poder
espiritual (citado no Reavivamento que Precisamos, pg. 31)
CONCLUSÃO
O
que deseja o movimento de renovação espiritual é a resposta dos vários hinos do
cantor cristão, tais como:
"Senhor
Jesus, ó vem me conceder
A
plenitude do consolador;
Dos
altos céus me outorga poder,
Poder
do Espírito renovador" ( HINO 161 ) Chuvas de bênçãos;
"Gotas
somente nós temos; Chuvas rogamos a Deus" (Hino 168)
"Aviva-nos,
Senhor; Eis nossa petição. Ateia o fogo do alto céu
Em
cada coração" (Hino 171 )
NINGUÉM
DETÉM, É OBRA SANTA!
Artigo
do Jornal Trombeta de Sião
Ano
I n.º 7
Editor
– Pr. Glauco Magalhães